12.10.2010

Não por mnha boca.

Não olhei em teus olhos por nada. Queria te ver, queria ler tua mente. O sangue não fazia o trajeto normal através do meu corpo, ele percorria minhas veias às vezes devagar, bem devagar, outras, rápido o suficiente para me matar. Não consegui te ler, não eu não sabia o porquê.

As palavras não saíram da minha boca, com brutalidades você tentou arrancá-las. O coração doía, estava cheio de falhas. Foi um pedido mudo, velado. Estava ao mesmo tempo vivo e estava acabado. As palavras vieram e foram, lenta e calmamente, pronunciadas não por minha boca, mas por minha alma.

Nos meus olhos admiração, paixão. Nos teus, confusão. O começo às vezes torna-se o fim e era isso que eu via: a morte dos sentimentos, enfim. Foi distração de minha parte não enxergar o que estava escrito entre nossos corpos. À distância, a frieza; a falta de poesia, a tristeza. A glória da ansiedade não era vista em nossos olhos, mas eu simplesmente gritava por ilusão.

Foi um erro, foi um acerto. As palavras e o olhar pareciam pesar em torno de ti. Desculpas, mentiras não ajudariam, muito menos a verdade. O silêncio inseguro foi a solução para aquela realidade. A sensação foi de angustia e esperança; coitado. Ele não queria, eu não via e assim estava acabado.

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