8.17.2011

A paisagem

Olha lá aquela paisagem

Faz parte de uma eternidade.

Brilha no olhar da cria,

Com o jovem ela procria,

Vive sofrimento do idoso,

Cai sem sentido amistoso.

Ela grita, ela gira, ela erra...

Ela é ela.

Olha lá, vê de novo.

Talvez não tenha percebido o idoso.

Presta um pouco mais de atenção,

Ela sempre pertencerá ao coração.

Desculpa esse jeito descontente

É o que acontece quando

a paisagem se apossa da gente.

Nua como uma prostituta

A paisagem se apresenta vestida de morte

Nua como um objeto

A paisagem cresce na nossa sorte

Olha, pela última vez

Talvez não seja tarde para encontrar

Na paisagem do final

A eternidade para morar.

8.07.2011

É tão fácil

É tão fácil
Se perder num vazio
Deixar-se levar pela inércia
Vender suas esperanças para o mar
Libertar sua alma num copo amargo de dor

Foi tudo ilusão, simples
Nada restou daqueles sopros e beijos
Nada restou, nem vestígios de sua existência na minha cama
O que você fez, não irei perdoar

É tão fácil
Soltar palavras por aí e mentir para o mundo
Beijar outras bocas, tocar outros corpos
Vivenciar um amor inútil e irreal

Mas nada restou dessa simplicidade
E eu estou aqui caído, ferido
E amanhã irei acordar, sem lembrar seu nome, sem lembrar que existimos juntos.